Miro saldanha

Nem eu sei

Miro saldanha
Eu tenho uma alma inquieta, que trouxe de herança,
E uma sede de andança que nunca tem fim
No peito, um sonho xucro que jamais se amansa,
Da cor da esperança e da flor do capim.
E toda a vez que eu penso que é o fim da jornada,
Que, enfim, vou dar morada às razões por que vim,
Tem algo que me empurra, de novo, pra a estrada
E eu parto pra o nada, em busca de mim

(E nem eu sei dizer quanto esse tanto que andei
Mas, se a estrada chamou, por que vou nem eu sei
E nem eu sei dizer quanto esse tanto que andei
Mas, se a estrada chamou, por que vou nem eu sei)

Talvez seja saudade essa visão confusa,
Que chega e se recusa se eu mando sair
São dois braços abertos, um rosto risonho,
Um abraço e um sonho sem ter que partir.
Há quem diga que eu trago, de vidas passadas,
Imagens desgarradas de um tempo por vir
Talvez seja por isso que eu sinta esses laços
Guiando meus passos na hora de ir!

(E nem eu sei dizer quanto esse tanto que andei
Mas, se a estrada chamou, por que vou nem eu sei
E nem eu sei dizer quanto esse tanto que andei
Mas, se a estrada chamou, por que vou nem eu sei)

Às vezes, me perguntam se fujo por medo
Se tenho algum segredo que o tempo escondeu
Disfarço e digo, apenas, que sou mesmo amante
Da sina de andante que a vida me deu

Mas sei que, bem no fim de uma estrada deserta,
Acho a morada certa pra o sonho que é meu
Aí então, sem medo, eu me troco por nós
Quando dois ganham voz, não se fala mais eu.

(E nem eu sei dizer quanto esse tanto que andei
Mas, se a estrada chamou, por que vou nem eu sei
E nem eu sei dizer quanto esse tanto que andei
Mas, se a estrada chamou, por que vou nem eu sei)

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