Paulinho tó

Eu vou

Paulinho tó
Eu vou
No passo torto de ser
À margem de qualquer chão
Pedaço de bem querer
Hiato do sim do não
E quando a perna tremer
E as placas disserem não
E a massa se recolher
A vida não para, eu vou

Eu vou
Pro próximo bem-me-quer
Pra próxima encarnação
Pra onde o corpo puder
Pra onde a lei não chegou
Nos braços de outro prazer
Nas coxas da solidão
Eu vejo o dia nascer
E a vida renasce, eu vou

Eu vou
Eu bem podia querer
Eu faço, quem sabe, eu vou
Não sei se mal faço o quê
Eu canto pra ser melhor
Eu canto pra amanhecer
Pra rua se levantar
E o nó no peito ceder
E o canto multiplicar

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