Sozinho, o coração bate no ventre de quem conduz,

Dando o primeiro sinal de quem quer ver a luz.

O tempo passa, o som da batida reproduz

Até que um belo dia, por volta das duas

Um choro intermitente,

Uma linda, meiga e saudável menina veio à luz.


Durante dias, meses e anos, aos pais

Sua juventude dedicou

Em sua mente, alguns planos traçou.

Entre eles somente um não concretizou

Cresceu, trabalhou e nunca descansou


Tal foi sua determinação

Coragem, esforço e dedicação

Que naquele pedaço de chão

Seu sacrifício não foi em vão

Ainda que com tenra idade.

Já tinha dono seu coração


Efêmera foi a conquista, logo de coração vazio,

Ao trabalho dedicou meses e anos a fio

Mas para si quase nada sobrou.

Enfim, de alma nova, seu desejo despertou.

A um jovem sereno, a ele se entregou.

Teu corpo virgem e moreno, logo modificou,

Forte como veneno, teu prazer matou.

Em êxtase como sonhou, nele em si se afagou

Mas o caminho que traçou, seu destino modificou,

Aos seus pés, desmoronou,

Pois a quem tanto se apegou

Pra outras plagas mudou


Agora não pode estar vendo, quem tanto amou,

No entanto, está se mantendo.

A esperança que alimentou,

De um dia estar vivendo com quem esperou,

Porém, não está morrendo, se dele distanciou,

Mas está querendo ter alguém que sempre gostou.

Pelo que está havendo, seu coração modificou.

Já não mais fica tremendo se a notícia se espalhou

De que está se perdendo

tudo aquilo que conquistou.

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