Primos

Porões da ditadura

Primos
Rua dos inválidos, 310
Nasce um novo coração
Cresce muito bem sem nada ter que mostrar
Tem em sua música um refúgio, um lar

Mas existe alguém com isso não está contente
É alguém de olho no jovem inocente
Entra em sua casa para o jovem pegar
Mas com muita sorte ele consegue escapar

César alguns meses passa sem esquecer
Cessa um pouco a música pra sobreviver
Mas depois de um tempo ele não resistiu
Voltou pro rock n' roll e em suas asas subiu

Com o rock n' roll voltou o seu general
Junto seus capangas, suas caras de mau
Dessa vez então não houve como escapar
Levado de ambulância de tanto apanhar

Deve existir alguma força
Capaz de resgatar essa nação
É hora do povo cantar junto
Já diretas
Não à repressão

Nos porões da ditadura
Ouvem-se vozes, todas a dizer
Estamos cansados de tanto sofrer

Nos porões, nada é belo
Cada porrada os faz latejar
Mesmo falando ou sem nada contar

Foram muitas noites, cada uma mal dormida
Todos já sabiam não havia mais saída
Pela sua honra, a vida estava pra acabar
Mas nunca o rock n' roll, eles hão de se lembrar

Então mais um dia entrou no quarto o professor
Com sua pistola e suas máquinas de horror
César sobre ele avançou com emoção
Levou 14 tiros, um deles no coração

Em bem pouco tempo se espalhou a novidade
Era comentada em todo canto da cidade
No funeral o padre relembrou o sonhador
Que morrera lutando, derrotado, sofredor

Um dia alguém se lembre dessa história infeliz
Poucos tem coragem de morrer pelo país
Para os que quiserem ficará uma lição
Que basta a coragem, a caneta e o coração

Deve existir alguma força
Capaz de resgatar essa nação
É hora do povo cantar junto
Já diretas
Não à repressão

Nos porões da ditadura
Ouvem-se vozes, todas a dizer
Estamos cansados de tanto sofrer

Nos porões, nada é belo
Cada porrada os faz latejar
Mesmo falando ou sem nada contar

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