Ramão missioneiro

Gaita de botão

Ramão missioneiro
“Pequena, mas de talento,
De nobre estirpe pampeana,
Fidalga, xucra, haragana,
Solta de patas ao vento!
Se aportou neste rincão
Pra nunca mais ir embora
E se soltou campo à fora
Velha GAITA DE BOTÃO”!

Solita que veio ao mundo,
Atrevida e roncadeira
Com um sonido profundo
Ultrapassando fronteiras...
Veio lá do estrangeiro
Cortando mares ao meio
E fez morada no seio
Do meu pago missioneiro!
Minha gaita de botão:
“Verdulera” ou Botoneira,
Oito Baixos, Roncadeira,
Parceira do coração!
Por muitos anos terrunha:
Nos braços do Malaquias,
Eurides, do Tio Bilia
E do mestre Dedé Cunha!
Se aquerenciou nos galpões,
Querido traste andarengo.
Já fez dançar até rengo,
Já embalou corações.
Perdurou por gerações
E já foi quase esquecida,
Hoje, além de preferida,
É a rainha dos salões!

Ganhou a notoriedade
E o respeito nas bailantas.
“Sonido” – Do espanhol – “som”.
Encheu de felicidade
“Verdulera” – Gaita de pequeno porte utilizada
O coração das percantas.
pelos Argentinos para anunciar a venda de
Perambulou como tantas,
verduleras em feiras ambulantes.
Derrubou mil preconceitos
E conquistou seu direito
De mais baguala da pampa!

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