Raul castro brasil beco

Insignificâncias

Raul castro brasil beco
Da pequena areia que rola no vento
Do pequeno cílio do olho levantado
Na pegada esquecida ao relento
Na folha de árvore que entra no quarto

No sorriso simples e disfarçado
Na ato de qualquer sentimento
Ou quando a gente é mesmo lembrado
E lembrando se transforma em momento

Quando os insetos voam no escuro
Quando penso em escrever o que falo
Quando falo mais do que escuto
Ou quando nada mais pode mudar o quadro

A moldura simples de um retrato
Aquilo que deixa de ser absurdo
Meninos pedem esmolas esfomeados
Realidade que não há entre muros

O que lá fora tem pra ver
Eu não sei
O que lá fora tem pra viver
Talvez o sentimento
De ver o que ninguém quer ver

Eu vejo crianças nas ruas
Com palavras absurdas
Mal vestidas quase nuas
Pedindo pão

Eu vejo criança pedindo esmola
Com lata de coca-cola
Viciado em drogas
Que situação

Eu vejo no meu dia a dia
Bairros de periferia
Aquilo que eu não queria
Para a nação

Gente preocupado
Em votar em deputado
E a criança ao seu lado
Sem luz, sem ar, sem razão

Eu não sei
O que lá fora tem pra ver
Eu não sei
O que lá fora tem pra viver
Talvez, o sentimento
De ver, o que ninguém quer ver

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!