Sobre uma foto amarelada
Rui carlos Ávila
Um olhar de longe me vidrou os olhos
Trazendo de tempos, restos de um passado
Que ficaram presos por trás da moldura
On de um tempo moço foi-se amarelado
Trazendo de tempos, restos de um passado
Que ficaram presos por trás da moldura
On de um tempo moço foi-se amarelado
Que sonhos teria esse olhar de ontem
Pensaria ele em mandar nos ventos
Saberia ele que somos moldados
E seguimos como decidir o tempo
Uma borboleta pousou na moldura
Misturando as cores qeu suas asas têm
Com a palidez dessa foto antiga
E a inércia toda que ficou de alguém
Quem roubou as cores da fotografia
E tirou os sonhos daquela menina
Terá sido o tempo, senhor dessas terras
Que regou de sonhos suas claras retinas
Explicar não sei, fica além da conta
O que o tempo sabe e nunca nos diz
Por que leva os sonhos assim de repente
Logo quando a gente ia ser feliz
Se desfaz o sonho se ficamos quietos
Que depois do adeus nos resta quase nada
Nem todas as cores de uma borboleta
Vão dar vida nova a uma foto amarelada
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