Semiáridos

Sexto sentido

Semiáridos
Sei que já está próximo, mas não quando virá
E que tanto faz, começar ou acabar
Sei que tudo é novo, mas não para a multidão
E que todos choram, mas não pela mesma razão


Sei que já não ligam para o lado bom da religião
E também se desligam, seja uma ciência ou não
Todos ficam mudos, mas não querem só falar
E sobre suas criações, o resultado aí está

Não vivemos em paz e só andamos para trás
Todo mundo é o capataz de um mesmo sonho que se desfaz

Sempre eles reclamam, não se contentam com o que são
Sobressaindo certos vermes que nem amam o próprio irmão
Nada mais é feito à mão ou feito à boa vontade
O pai pode não ser mestre nem mesmo a paternidade

Muitos são infelizes, quase não há felicidade
Pode morrer logo o mundo e com ele essa maldade
Ainda há autoridades – encarregados de ninguém
Eleva-se a falsidade e oculta-se o bem

Caem os muros que nos separam de um só ladrão
E as leis que nunca param o roubo ou a invasão
Fogem os fugitivos, para outra prisão
E atingem os atingidos é só mais uma execução

Quem irá provar que o mundo não caminha para o suicídio
Ou quem irá prever a solução em um sexto sentido

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