Seu pereira e coletivo 401

Martelo agalopado

Seu pereira e coletivo 401
Entre o véu da fumaça que respiro
Bebo minha cachaça, eu que me fira
No açoite, saudade que se estira
Pela noite de festa me atiro
Disse que me detesta, dei-lhe um tiro
Era a prova de chumbo a sua capa
Disse que não me ama, dei-lhe um tapa
Pra marcar no seu rosto a minha dor
Mato o tempo matando o meu amor
Pelos bares onde a razão me escapa

Esse desejo que hoje me machuca
Já usei pra deixá-la muito louca
Pus a língua dentro de sua boca
Lambuzei de saliva a sua nuca
Antes de me deixar lelé da cuca
Do meu corpo ela copiou o mapa
Depois que nossa história virou papa
Não largo o meu mingau viajador
Mato o tempo matando o meu amor
Pelos bares onde a razão me escapa

Desde o dia em que eu a perdi de vista
Que ela disse se vista e vá 'simbora'
Que eu vou pela madrugada afora
Com meus passos de exímio equilibrista
Ela tirou o meu nome da lista
Minha vida desceu pela caçapa
Me camuflo nos cortiços da lapa
Pra esconder da manhã a minha cor
Mato o tempo matando o meu amor
Pelos bares onde a razão me escapa

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