Teatro asfalto

2 continentes

Teatro asfalto
O prédio dessa rua se cansou de ser inerte,
Quis a pressa dos pedestres, convenceu o alicerce,
Tantos lhe cabiam dentro, quis caber dentro de alguém,
Desarranhou o céu, desmoronou no chão

O prédio dessa rua emudeceu toda essa gente,
Ponderou a travessia, tropeçou em acidente,
Na rua desse prédio, não há nada de concreto,
No concreto dessa rua, não há nada desse prédio

E lá se foi, desnorteado e descontente,
O céu da boca do pedinte virou mar de aguardente,
Já não havia sombra, mas se abriu um horizonte,
Nunca houve teto, mas havia algo concreto.

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!