Vicente barreto

Sabiás

Vicente barreto
Veio descendo afoita a ladeira
Não via nada no seu caminhar
Mamãe tingiu de sangue a ribeira
Foi quando ela pariu o sabiá

E a criança se embrenhou na água
Saiu dançando meio a imersão
Entre mulheres um sussurro ameno
Entre os homens a contemplação
Se levantou do rio abrindo as asas
Jorrou um canto espetacular

E o menino quando abria a boca
Dava calor nas moça do lugar
Vinha um fogo de dentro do ventre
E a pele começava a formigar

A ave despertou o ódio alheio
Um homem lhe flechou o coração
E ele tingiu de sangue a ribeira
Todas as fêmeas na menstruação
Dançaram, loucas, nuas sobre as águas
Foi quando pariram sabiás

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