Zé da campina

Moldura de retrato

Zé da campina
O vento do amanhecer traz a imagem dela
A saudade dá bom dia
E o dia pode ser tudo
Menos bom.

Quando penso com razão,
Compreendo que não devo desejar mais aquela
Pele
Mas é o coração quem dá o tom

Em meio à essa tamanha contradição
Fecho os olhos para ver se, pelo menos, sinto
O cheiro, a voz, o som

A falta que ela me faz
Entra por todos os poros
Entre lágrimas e espermas
Tento me desvencilhar do retrato colado no
Espaço esparso da parede

O que fazer além de olhar para trás
Passar o passado na moldura do retrato
Tentar ver à frente
Procurar outro trato?
Passar o passado na moldura do retrato
Tentar ver

Quem responde é a fotografia
Estática, presente e fria
O que foi feito não pode ser desfeito
Resta sofrer por amor
Como remédio para sarar a dor

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