Boa praça

Mesa faminta

Boa praça
Tome cuidado!
Senão a mesa faminta lhe devorará
Tudo que se deposita nela
Some pra não mais voltar
E quando alguém dá pela falta
E pergunta firme, em voz alta
Se alguém viu a caneta
Que, agorinha, estava na mesa
Todos os olhos se cruzam
Viram-se e dão de se entreolhar
Não é preciso palavra dita
Todos já sabem o que há
Pobre da caneta preta
Foi sorvida por essa mesa
Que já engoliu apostilas
Grampos e tintas corretivas

Mas esse povo que usa a mesa
Abusa do seu apoiar
Tudo se entulha nela
Que não se faz de rogada em deixar
Mas a boca dela é enorme
E com ela quem é que pode?
HD externo e IPod
Já desceram pela sua glote
Eu que não gosto dela
Que acho que nela beleza não há
Tenho que confessar
Que fazem na mesa um mafuá
E se ninguém a arruma
Tudo pesa na dita cuja
Só lhe resta encher a barriga
Deglutindo e levando a vida

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