Cristiano fantinel

A buscar guarida

Cristiano fantinel
Sempre que alçou a perna
Teve campeando onde bolear
Era gente dessa gente
Que tem léguas no olhar

Numa parelha de mouros
Que cismavam em não tranquear
Só pedia poso,senhores,
E um canto pra desencilhar

No outro dia bem cedo
Trocava de mouro o destino
Chapéu tapeado,ia embora,
Ficando o rastro do peregrino

Tinha poncho pra chuva e frio
E sonhos pra toda vida
Tinha o coração aberto
E alma inquieta a buscar guarida

Um dos sonhos era ter seu rancho
Com belas flores e um jardim
Com uma linda na espera
Pra busca inquieta ter seu fim

Na ânsia louca de realizar
Os sonhos que ele almejou
O coração já vinha ao tranco
E da distância se cansou

Só achou o rumo certo
Quando partiu pra vida eterna
Deixou os mouros no campo aberto
E pra sempre boleou a perna

"Sem escrituras nem flores,
ficou uma cruz cravada.
Apenas uma simples lembrança
de quem viveu e morreu na estrada.

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