Edgar

Ainda tenho a morte inteira pela frente

Edgar
"Psicodelias", debaixo dos viadutos eu vejo várias telas expostas pelos nossos artistas
Precisamos de tinta nos poros e nos muros da vida.
A minha espontaneidade fala por si própria, mas as vezes eu não falo muito
Só observo,
Ao servo dos atos e os atos que nos servem bem,
Vem como se fosse
Uma face sem máscara na reta das faces desmascaradas.
Se a morte vem de foice eu vou de fronte.
Que ela seja como o horizonte
A cada passo dado pra frente ela fica mais longe,
Ou que ela venha logo a galopes,
Que no dia eu vestirei minha melhor polo
E ela colocara o seu melhor decote,
Se me encontrar morto no chão por gentileza me coloque uma moeda no shorts
Para ajudar a pagar o bote,
Se for forte me carregue no colo
Só não me guarde nesse solo cheio de agrotóxico,
Nem me jogue nesse mar oleoso
Cremem ao meu corpo,
Alimentem os corvos e deixe que o resto de minhas pequenas partículas
O vento bata e as dispensem nos lençóis maranhenses
Ou na rachadura do solo nordestino,
Que eu caia num plantio de ópio ou em uma plantação de maconha
Tanto faz se for em Tóquio ou em Fernão de Noronha,
Desde já ‘Jah Jah’ eu já deixo o meu disponha
E o endereço e a chave de um armário cheio de poesias medonhas
Se lhe enfadonha, ou lhe empanzina a retrospecto de tudo que foi dito
Por obséquio, pule do tédio, quebre um prédio e plante uma árvore.
Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!