Guilherme de marco

Órgão do universo

Guilherme de marco
Órgão do universo
Corpo que é sentir
Negrume disperso
A noite um devir

Corpo do universo
Uno a respirar
O sopro transverso
As notas no ar

Corpo submerso
Lua a refletir
Silêncio introverso
Fogo de abadir

Corpo que absterso
É voz a entoar
É puro extroverso
Das ondas do mar

Órgão inconverso
Sem tudo cindir
Uno é todo verso
Nada de porvir

Ser incontroverso
Fora do abadar
Belo é todo verso
Que ele lança ao ar

Como tudo existe
Eu não sei dizer
Sei que subsiste
Apenas o ser

Eu que não sou nada
Nada além do ardor
Da vida entoada
Da flama do amor

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