Guilherme de marco

Retirante

Guilherme de marco
Dia bonito a cidade engole
Vai-se o belo e desce mais um gole
Pelo asfalto a me arrastar

Eu que vim do norte aos tropeços
Papelão me aquece e a calçada é o meu lar
Papelão me aquece e a calçada é o meu lar

Fugindo da seca que vem num instante
Na noite eu prossigo a rodar
Tragando a fumaça do ar
Tragando a fumaça do ar

Inspirava a cidade saindo do chão
Nuvens pra me fechar

Na lua que por todos nós reflete em vão
Beijo a poeira da rua (até acabar)

Restos de liberdade enganam
Moeda me troca sem cara
Afagos que valem a foda

Exala cheiro de mato queimado
Uma avenida que só vai a mil

(2x)
Carcará me chama
A rodar em chamas

Na carcaça que arrasto comigo
Escureço um olhar aflito

Esgotando meu sangue nos ralos
Navegando na vida pra qualquer direção

Coração que me estala no peito
Consumado esse dia somente

Morrendo (longe demais da compaixão)
Sumindo (longe demais de algum lugar)
Morrendo (longe demais da compaixão)
Sumindo (longe demais de algum lugar)

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