Amado Ódio retroativo
Lamúria abissalSe tivessem palavras para descreve-lo
Elas cortariam a garganta de tão doídas
Que merda de vida fudida é essa
Não pedi pra viver isso
Há tanto o que pensar
O que sentir?
Sempre vem atona
Tantos gritos
Sucumbidos
Em pesadelos de siluetas semelhantes
A uma que me excita a penumbra de dias amargurados
Amado ódio meu, tão retroativo
Alimento-te com o vigor de minha vida que passa
Enquanto observo minha sanidade se desfacelar pelo ar
Dessa palidez depressiva, meu refúgio de ódio
Estou chorando
Babando de ódio e me machucando
Martírio meu, tão retroativo
Alimento-te com a minha desfacelada sanidade
Pois o que se resta agora é só o ódio
Que dessa vez veio pra ficar
Se não fosse, só esse vácuo
Vida que se arrasta em morte
Morte, sentido da vida
Minha vida é uma constante morte
Ao ódio que sinto todo dia
Ao desdém que descarrego todo dia
Que foge de meu peito tanta raiva
Fogem de meus olhos em forma de lágrimas
De vergonha
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