Me afogando em lâminas e comprimidos
Lamúria abissalDa vida que engulo com tanto ódio
A estima da dor e remorso
Se transcrevendo eternamente em desdém e escárnio
Ódio, ódio, ódio
Sentimento que me toma conta
Tristeza, apatia e melancolia
Sentimentos que tomam minha vida
Porra sem significado
De novo, todo cortado
Machucado por rejeições escritas na carne
Lastimado por frustrações descontadas na carne
A morte me espera, ou eu espero ela?
A vida já não se é presente mais
A letargia da decepção já é monótona e esperada
Precedida pela depreciação
De agora em diante sou nada, por nada vivo, por nada continuo
Tomado por vultos de pura vingança demasiada
Todos os dias eu a odeio
Todas as noites ainda a espero
Todos os dias a desprezo
Todas as noites desejo sua morte
Patologia de minha vida
Esmerado de dor e agonia
Vida, que agora jaz em minhas feridas
Que abro em um pranto de distimia
A lacuna de afeto, presente na agressividade
A apatia minguante em reciprocidade
A você que a tanto me esqueceu
A você que jamais me entendeu
O vácuo sentimental, maldito fardo
Em minha via crucis depressiva chamada vida
É quase como se estivesse me afogando em lâminas e comprimidos
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