Da estância véia
Lisandro amaralAndo à cavalo muito antes das fronteiras
E as boleadeiras que sovei correndo eguada
São retovadas sem divisas nem bandeiras
Buçal torcido e o maneador mal sovado
Chapéu tapeado e as marcas no tirador
Golpe de potro que sente o peso das garras
E uma guitarra exaltando o domador
Sou cria da estância véia
E pro bagual que veiaqueia trago a força no garrão
Uma estampa de fronteira batizada na mangueira com suor de redomão
À moda antiga ata o queixo que eu encilho
Com este lombilho benzido à moda torena
Em lua buena me sinto o rei na coxilha
Se um da tropilha me pateia as nazarenas
O verso é o terço, o altar que campereio
Donde mateio busco força pro cantar
Que a estância antiga, companheira, o templo santo
E quem é campo com certeza há de ficar
Sou cria da estância véia
E pro bagual que veiaqueia trago a força no garrão
Uma estampa de fronteira batizada na mangueira com suor de redomão
Sou cria da estância véia...
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