Lisandro amaral

Da estância véia

Lisandro amaral
Afirma o laço, paisano, que eu embuçalo!
Ando à cavalo muito antes das fronteiras
E as boleadeiras que sovei correndo eguada
São retovadas sem divisas nem bandeiras

Buçal torcido e o maneador mal sovado
Chapéu tapeado e as marcas no tirador
Golpe de potro que sente o peso das garras
E uma guitarra exaltando o domador

Sou cria da estância véia
E pro bagual que veiaqueia trago a força no garrão
Uma estampa de fronteira batizada na mangueira com suor de redomão

À moda antiga ata o queixo que eu encilho
Com este lombilho benzido à moda torena
Em lua buena me sinto o rei na coxilha
Se um da tropilha me pateia as nazarenas

O verso é o terço, o altar que campereio
Donde mateio busco força pro cantar
Que a estância antiga, companheira, o templo santo
E quem é campo com certeza há de ficar

Sou cria da estância véia
E pro bagual que veiaqueia trago a força no garrão
Uma estampa de fronteira batizada na mangueira com suor de redomão

Sou cria da estância véia...

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!