Luís formiga

Mosquito com ombros

Luís formiga
Caminhas e ninguem te repara
Uma luta não partilhada
Fizeste do silêncio um novo tipo de grito
Usaste a dor como trunfo aflito

Não há solução que te resolva
Se queres fechar os olhos, é contigo
Fizemos tantas perguntas, sabemos
Melhores respostas, não obtemos

Coisas estão a acontecer
Nada mais é devagar
Não há roupa que nos sirva
Nem revolução que nos chegue

Não há sonho que viva
Amor que sobreviva
Demasiados canais nos temos
E quanto a verdades fundamentais, Oremos

Refrão : Mosquito com ombros onde vais?
Tu com ombros pela fechadura não sais
Mosquito com ombros se vais, sê
Mas lembra-te que descalço ninguem te vê

O processo tinha aquele momento
Em que havia algo maior que vento
Companheiro que caminhas atento
Não foi essa alegria teu alento

Não temas os dias que virão
Mesmo que os saibas decor
Não te atires perderemos
Para saber se te apanham, lá estaremos

Como o que te estás a tornar
As árvores nascem pelo ar
O amador rude e apaixonado
É quem de nós está mais preparado

Não te escondas na crença
Só porque lhe temes presença
Magia é sempre ilusão
Liga a luz se te falta, visão.

Querem de ti mais
E chegando a hora vais
O mundo adoece por falta de admiração
Não por falta de maravilhas

Sabendo que entendeste
Chora agora o que perdeste
Mas brindemos ao que não temos
Que é agora, um pouco menos

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