Luís formiga

Relógio de lata

Luís formiga
Homens sérios de fato fazem do meu mundo parque de diversões
A sorrir em amarelo o trono ganho pela qualidade das ilusões

A noite é apenas uma sílaba do sol a afogar-se no mar
Homens de chapéus tristonhos fazem pensar bem até de Salazar
Com o coração a martelar na inquietude do que há de vir
Confessam que ganhar já não é vencer, é resistir

Caminhar é exercício de Deus, correr, tropeçar com dignidade
Há quem confunda informação com verdade
Há até quem pense que saúde é felicidade

O tempo é só cronometragem para um ciclo, a ordem é a chave da planície
Chegará a altura de trocar brinde de vinho por dinamite

Caminhar é exercício de Deus, correr, tropeçar com dignidade
Há quem confunda informação com verdade
Há até quem pense que saúde é felicidade

Não há pior mal, que o mal de estar mal com o meu mal
Relógio de lata, ora diz, ora diz não, agora diz basta

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