Milonga do campo largo
Luiz marenco
Lua crescente de outubro, um mate depois do outro
Silêncio por quase nada quando a saudade me vem
Recosto cuia e cambona e a alma lembra da dona
Que o coração sabe bem
Faz tempo que aquerencio
Minha alma sobre estes bastos
Silêncio por quase nada quando a saudade me vem
Recosto cuia e cambona e a alma lembra da dona
Que o coração sabe bem
Faz tempo que aquerencio
Minha alma sobre estes bastos
E cada flor colorada me lembra um pouco da linda
Que me espera com sorrisos pois sabe de que preciso
Num mate com boas vindas
Sou desses que o campo largo escolheu por ser assim
Ter querência num cavalo e pátria feito um regalo
Nestes fundões de onde vim onde a distância e a lida
Não separam ela de mim
Minhas mãos campeiam
Notas nas rédeas do meu gateado
Buscando o último achego
Antes do adeus na cancela
E imagino um domingo
Desencilhando o meu pingo
No portal do rancho dela
Lua crescente de outubro
Aos olhos de quem cuidar
Cada um sabe seu jeito
De gostar de que se tem
Viro o mate, aquento a água
E a lembrança esconde a mágoa
Que o coração sabe bem
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