Moita

Devaneio

Moita
Não sei se são só alucinações
Mas as visões são bem reais frente as impressões
Talvez eu seja nessa terra de cegos somente um prego
Com a cabeça chata, martelada porque eu não me entrego
E eu não nego, até o cego vê
Que quem tem um olho é rei e está no topo da pirâmide
Deve ser loucura (loucura pura)
Pois o dono do trono tira o sono de quem o procura
As viaturas todos ouvem, os tiros também
Só meus gritos que não são ouvidos, por mais que ecoem
Sei que não estou mudo, sei que tenho voz
Mas é difícil entrar no ouvido de orelhas com nós
E só pela certeza que são pregos sem cabeça
Ficam fáceis de entortar, sem firmeza
E a sentença é uma só, por isso o desespero aumenta
Após as obras, é pra mesma caixa que voltam as ferramentas

Tenho que correr contra o tempo
Tenho que soprar contra o vento
Tenho que buscar quem não veio
Se fosse só um devaneio
Só devaneio

Mas não é! Enquanto o mundo se destrói
Todos se distraem, tragam morte sem lembrar que dói
E corrói silenciosamente iludido
O ser humano é atrofiado em todos os cinco sentidos
O plano é simula-los, assim nem sentimos
Enquanto somos açoitados, crie o problema
Tenha a reação do povo, e dê a solução
Providencial o suficiente para ter sua aceitação
Apesar de prejudicial, mas quem vai reclamar
Podendo consumir, descartar, consumir, até se acabar?!
O homem e seu habitat natural
Construído de material artificial
Aceitamos o mal cheiro de esgoto, lixo, carros
De tudo que nós criamos o que é necessário?
E assim o homem vive morrendo em função de nada
É devaneio, ou nossa raça é escravizada?

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