Sinfonia aleatória

Espelho de sangue

Sinfonia aleatória
Ela acorda cansada, tropeça nas taças de vinho
que ficaram jogadas pelo chão
Acende um cigarro e vai à janela tentar esconder sua solidão
A noite foi boa... mas a noite se foi

O vento em seu rosto, um convite ao inferno
sua alma tão triste já nem consegue chorar
mesmo estando cansada, se recusa a deitar
e em vão ela espera seu telefone tocar

Escute o som, o som da cidade
tão imensa e vazia, tudo tão infeliz
eu estou em casa assistindo a TV
mas nada me agrada, nem mesmo você

Pega outra garrafa e despeja em seu copo
o resto voou e atingiu o espelho do quarto
Seus sonhos quebrados, foram todos vendidos
adornados com o sangue que escorreu de seus braços
Se a vida é um jogo, ela não soube jogar

Em cada corte uma história, lembranças de uma vida
Fracassos eternizados em sua mente doente
e ela quer se entregar, voar direto ao inferno
só mais um passo a frente e tudo irá se acabar

Escute o som, o som da cidade
tão imensa e vazia,tudo tão infeliz
eu estou em casa, assistindo a TV
mas nada me agrada, nem mesmo você

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