Tenente dan

Ah, velho!

Tenente dan
Ah, velho, eu sinto os calos na sua mão,
E gotas de suor percorrendo o seu rosto,
A vida não tem sido tão generosa,
É fácil perceber o seu desgosto.


Ah, velho, eu vejo os golpes da sua enxada,
Remexendo a terra e espalhando sementes,
Os campos têm sofrido com tempos de seca,
A raiva é a causa do ranger de seus dentes.


Ah, velho, eu sinto o cheiro do seu fumo de palha,
Impregnando o ar com desilusão,
Seus filhos têm partido pra não mais voltar,
Agora entre as paredes só solidão.


Ah, velho, eu ouço as notas do seu violão,
Preenchendo a noite com tristeza,
Os meses têm corrido com lentidão,
Seu corpo já demonstra fraqueza.

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