Thiago amud

Calunga e sebastião

Thiago amud
Ê povo tá que não pode
Com o baque do pagode
Nesses carnavais
Deu piripaque, deu bode
Sem tacape quem nos acode
Dos policiais?

Ê Calunga
Mãe do tocador
Ê Calunga
Mãe do patuscador
Ai meganha
Filho de feitor

Ê povo tá que não guenta
Tanta máquina cruenta
A violar-lhe o chão
O dique um dia rebenta
Na taquicardia barrenta
De seu coração

Ê Galanga
Mão do cavador
Ê Galanga
Mão do minerador
Ai Germânia
Dona do trator

De tanto veio vazado
Tanto viço avariado
O povo deve dar de ver
Mais uma vez um Monte Santo
Soerguido em seu espanto
Em cada canto em cada canto
Da metrópole de ouro
Dom Sebastião voltando ileso
Da cruzada contra o mouro
Cristo, Santo Espírito, Olorum

Quem há de ser o novo guia que o povo
Intuía?
Quem vai achar a mina que a pobre sina
Redima?
Quem vai baixar dum sonho e estancar o sangue
Medonho?
Quem vê no precipício o tempo propício
Do início?

Quem vai raiar o novo dia que o povo
Dormia?
Quem vai achar a mina que a pobre sina
Redima?
Quem vai baixar dum sonho e estancar o sangue
Medonho?
Quem vê no precipício o tempo propício
Do início?

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