Boémia

O rapaz da concertina

Boémia
Já tem nos olhos tantos sonhos
Suspensos na retina
É de outras gentes de outro povo
O rapaz da concertina

Faz da cidade em alvoroço
Um palco sem cortinas
Tocando modas segue o moço
Ao compasso das buzinas

Desce junto ao cais
E estende a mão cingindo
Aliviando o peso aos ombros
Com um gesto comedido

Cresce que a cidade é grande
Rasga o céu numa investida
Que ele há-de entregar assim os olhos
Todo o sonho de uma vida

Tem no andar um fogo posto
Um jeito de andarilho
À liberdade prova o gosto
À tradição segue o trilho

É da cidade uma torrente
Veloz e genuína
É dos ciganos descendente
O rapaz da concertina

Cresce que a cidade é grande
Rasga o céu numa investida
Que ele há-de entregar assim os olhos
Todo o sonho de uma vida

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